
Por vivenciarmos em ambiente acadêmico de
Ciências das Religiões, desde os primeiros dias, aprendemos a necessidade de
respeitarmos a fé alheia, tal lição, sempre veio acompanhada de exemplos no
campo religioso brasileiro de ações depreciativas contra entidades litúrgicas
que professavam uma espiritualidade de matriz africana.
Objetivando
proteger as religiões de matriz africanas, ressaltamos que se criou toda uma
rede de apoio e reação aos atos de intolerância religiosa, a imprensa sempre
foi um destes mecanismos, assistimos inclusive em um dos Programas do
Fantástico da rede Globo uma reportagem sobre temática (https://globoplay.globo.com/v/7679693/),
sugerimos
que seja assistido ao vídeo até o final, e avisamos: diante de um assunto tão
delicado, a emissora de televisão conseguiu fazer um matéria bem tendenciosa
contra os evangélicos.
Antes
de avançarmos na temática, vamos pensar um pouco sobre o que seria intolerância
religiosa, que pode ser definida: como um conjunto de ideologias e atitudes
agressivas as diferentes crenças e religiões. Os atos de intolerância se
apresentam de forma complexa pois podem envolver o aspecto psicológico, físico
ou intelectual, pois a afronta ao símbolo religioso representa um ataque aquilo
que foi eleito como sagrado por um determinado grupo de pessoas.
Acrescentamos
ainda que no ordenamento jurídico brasileiro, a intolerância religiosa é
coibida em vários momentos, podemos fazer referência a própria Constituição
Federal que protege a liberdade religiosa no Inciso VI do Art 5o,
mas também ao Artigo 208 do Código Penal Brasileiro:
Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de
crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto
religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. Parágrafo único - Se há emprego
de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à
violência. (grifamos).
Pontuadas
tais questões, vamos retomar a intolerância contra o cristianismo, ultimamente
temos visto um franco ataque a pessoa de Jesus Cristo, que mesmo tendo sido uma
personagem histórica, representa para boa parcela da população uma figura
sagrada. Para os cristãos, católicos ou protestantes, nele está reunido não só
a figura de um mestre moral, ou simplesmente, o salvador do mundo, mas
principalmente, a pessoa do próprio Deus encarnado. Seria obvio dizer, mas,
vamos insistir na obviedade, afirmando: que sem Jesus não haveria cristianismo,
nem culto, nem missa, nem adoração, nem padres, nem pastores; enfim, Ele é o
centro de toda espiritualidade cristã, praticada ou professada pela maior parte
da população brasileira.
Não
obstante, a pessoa de Jesus ser o principal paradigma simbólico para a
espiritualidade cristã, temos visto um sentimento depreciativo contra a sua
figura no espaço público, atribuindo a sua pessoa elementos que são francamente
condenados pelo cristianismo. O mais recente foi o Jesus caricato e sincrético
apresentado pela escola de samba Mangueira. Podemos lembrar do Jesus
homossexual pintado pelo grupo de humoristas do “Portas do Fundo” veiculado na
Netflix, em pleno período natalino.
O
que nos incomoda sobre estes ataques a pessoa de Jesus, não é o ataque em si,
mas em primeiro lugar, o fato que o mesmo revela um sentimento de ódio a tudo
aquilo que representa o cristianismo no Brasil hoje: a pauta moral, a eleição
de um governo de direita, a queda do projeto de poder do marxismo cultural, os
valores da família tradicional, um discurso de gênero pautado em uma hermenêutica
bíblica histórica gramatical. O fato é, que atualmente no Brasil, ser
genuinamente cristão no espaço público incomoda muito. Principalmente quando
uma ala da sociedade, ainda que minoritária, mas, detentora de poderosos
instrumentos midiáticos, trabalham diuturnamente para destruir valores tão
caros à cosmovisão cristã.
Em
segundo lugar, incomoda-nos a divulgação na mídia do cristo gay das portas dos
fundos, ou do Jesus marginal da Mangueira, mas nenhuma referência ao ataque ao
supremo símbolo da maior expressão religiosa no Brasil, que é a pessoa do Deus
encarnado para o cristianismo. Será que os cristãos não têm os mesmos direitos que
os adeptos das religiões de matriz africana? Ao depreciarem Jesus, será que a
nossa divindade, o nosso espaço litúrgico não foi vilipendiado? Se sim? Então
qual a razão de não se tratar, pelo menos no espaço midiático, o ataque a esse símbolo
religioso específico como algo reprovável.
Gostaríamos
de relembrar um caso concreto, acontecido aqui em Pernambuco, nos idos de 2018 uma
vereadora evangélica da cidade do Recife,
Michele Collins (PP) publicou em seu Facebook, uma infeliz e
inapropriada mensagem para o espaço público, em que afirmava que estaria "clamando
e quebrando toda maldição de Iemanjá lançada contra nossa terra em nome de
Jesus". O fato é que houve uma imediata reação de repúdio à declaração
postada pela vereadora, tanto por parte da mídia, como por setores da
sociedade. Para melhor entender a questão veja os dois links abaixo:
Observando
a situação, ressaltamos novamente, não vimos tanta veemência por parte da
mídia, para coibir os ataques contra o maior símbolo da religião cristã, que é
a pessoa de Jesus. Portanto, é patente que há um movimento perpetrado por
determinados setores da sociedade, que propaga a intolerância contra o
cristianismo. Por isso, é fundamental que as igrejas cristãs se posicionem e exigirem
tratamento igualitário e de proteção, dispensado a qualquer manifestação
religiosa em nosso país. Como igreja de Cristo, devemos condenar qualquer forma
de intolerância religiosa, inclusive aquela praticada contra os nossos símbolos,
valores e pressupostos.
Pr. Jonas Silva.
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