
Sempre que se inicia um
período eleitoral, indagamo-nos sobre a postura da igreja evangélica no
processo político, bem como, sobre de que forma a Cosmovisão cristã faz a
diferença na maneira que os evangélicos compreendem o papel da igreja nos
processos de mudanças sociais.
Talvez, a primeira pergunta
que você deve estar fazendo – O que finalmente significa essa tal de cosmovisão
cristã? A resposta passa exatamente pela
compreensão de que de fato é o cristianismo. O senso comum vai estabelecer a
compreensão de que o cristianismo é um conjunto de práticas litúrgicas que
abraçamos, na esperança de um dia transcendermos à realidade terrena e vivermos
eternamente com Deus. Contudo, o cristianismo é muito mais do que isso, é
também, uma forma de compreendermos o mundo que estar diante de cada um de nós,
tendo como ponto de partida, os pressupostos (valores) revelados por Deus,
tanto de forma geral (natureza, moral, consciência) como especial (Escrituras e
a pessoa de Cristo).
Em linhas gerais, podemos
definir cosmovisão como “uma estrutura ou conjunto de conceitos fundamentais
por meio dos quais enxergamos o mundo e nosso papel e futuro dentro dele[1]” , tudo isso, obviamente, de maneira biblicamente orientada. O Grande estadista holandês Abraham Kuyper asseverou que a cosmovisão cristã
é uma visão total da realidade (“visão do mundo e da vida”) com implicações não
só para a igreja, mas também, para a sociedade[2].
Logo, a cosmovisão cristã
impõe um cristianismo não adstrito às quatro paredes da igreja, mas que
principalmente, interpreta o mundo a partir de uma ótica particular
revelacional, proclamando e defendendo valores cristãos em meio ao mundo imerso
num sistema caído.
Portanto, ser cristão não é se
ausentar do mundo, mas, viver nele, como
agente de transformação de
estruturas (antropológica, morais, sociais e políticas). Não é simplesmente
anunciar o Evangelho, para que as pessoas um dia estejam na eternidade com
Deus, mas também, vivê-lo de maneira que sejamos agentes da graça comum,
promovendo mudanças sistêmicas e profundas para todos os homens.
Devemos então, ao olhar para
os processos eleitorais, quebrar as lentes do homem caído, que enxerga os
candidatos de forma pragmática e egoísta. E trocá-las pelas lentes do
cristianismo, que indaga muito mais do a respeito da denominação evangélica do político,
mas se sua plataforma está coadunada com os valores cristãos, e principalmente,
se a cosmovisão cristã lança luz e norteia as outras áreas de sua vida, nesta
análise cabe algumas indagações:
1) Ele é
honesto? Sua vida reflete o caráter de Jesus.
2) Fora
do período eleitoral, como é a sua prática cristã? Ou, ele parece ser mais
crente no período eleitoral?
3) Ele é
um mero propagador do discurso em defesa da família? Podemos afirmar que
família do mesmo é um exemplo a ser visto.
4) Ele
cumpre as leis eleitorais? Ou, tenta comprar votos dos membros da igreja com
bancos, patrocínios de eventos e “puxadinhos” no templo.
5) A sua
plataforma política é ampla e atinge o maior número possível de pessoas?
6) Se ele
for líder. Qual a forma que ele faz política eclesiástica? Ele respeita os
colegas e age com amor e lisura.
7) Ele
cumpre as promessas de campanhas?
8) Ele
trata os adversários com amor e respeito? Ou é daqueles que sai atacando os
opositores sem piedade.
Sabemos que tantas outras
perguntas são cabíveis, mas poderíamos
resumir todas elas em uma única indagação: A
igreja e seus candidatos, ao fazer política pensa e vive verdadeiramente os
valores proclamados por cristo? Deixamos essa reflexão. E concluímos,
precisamos olhar cada centímetro deste mundo com o olhar do cristianismo, não para
condená-lo, pois não nos é concebida essa tarefa, mas, para transformá-lo, segundo
os propósitos revelados por Deus.
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