Nestes últimos dias estava conversando como
meus alunos de apologética, e falando o quanto é perigoso quando nos
aproximamos de Deus pela via do mero racionalismo, ou mesmo pelas raias da
emoção, obviamente quando destituídos (tanto o racionalismo como a emoção) da
revelação especial de Deus; pois, quase sempre, e porque não dizer sempre,
formatamos Deus segundo os nossos anseios, perspectivas e principalmente
preconceitos, e o tornamos em um ídolo segundo as nossas próprias idiossincrasias.
O interessante é que tenho visto isso na espiritualidade moderna, por isso gostaria
de compartilhar algumas dessas observações, citando alguns exemplos.
O deus objeto: é aquela relação com deus
baseada simplesmente naquilo que ele pode oferecer, é quando a benção descreve
praticamente todos os seus atributos, a Bíblia traz um exemplo desse tipo de
relação: quando o povo de Israel sai do Egito e constrói um bezerro de ouro
(Exôdo 32). Na ocasião eles atribuíram à imagem os atos libertadores de Deus: “Ó
Israel, este é o deus que te tirou do Egito!”. É muito comum na contemporaneidade
a idéia de um deus utilitário, ou seja, aquele que serve simplesmente para os propósitos
do homem, não importando os seus atributos, seu senhorio, e principalmente sua soberania;
pensando bem, para que eu vou ter um Deus que manda em mim, se eu posso mandar
nele; ou, de que serve servir a Deus se ele é que me serve.
O deus espectador: é quando se estabelece uma
relação com Deus baseado em programas litúrgicos, nesta lógica, o caminhar com
Deus se torna um mero entretenimento, quanto mais: luz, holofotes, músicas,
show e bandas; acredita-se que Deus está interessando em um padrão estético,
mas, na verdade o que está por traz como mote, é própria vaidade do homem, que
formata uma estética meramente antropocêntrica. É com se Deus tivesse que
comprar ingresso para as apresentações, congressos, ou seja, Ele não é o
centro, o centro é o homem, é a banda, é o cantor, é o pregador. Pois pensando
bem, para que serve adoração em Espírito e em verdade, se não der para se
divertir e produzir sensações.
O deus estranho: é quando se estabelece uma
relação com Deus, baseada simplesmente no espírito da religiosidade, é aquele
tipo de gente que está na igreja, se batiza, e até mesmo, participa dos
programas, contudo conduz a sua vida como se Deus não existisse, sua vontade
soberana não tem num valor, sua Palavra não serve para guiar. É aquela lógica:
Deus tu és Senhor da minha vida, só não se meta nela.
Esses são só alguns exemplos, para mostrar
que a nossa relação com Deus não pode ser baseada naquilo que penso e acho,
pois a única forma segura de conhecer a Deus é por aquilo que mesmo se revelou,
em especial, a sua Palavra; infelizmente muitos tornam os atributos divinos em
meros sentimentos e impressões. A idolatria também se manifesta quando
transformamos Deus em um deus segundo os meus meros anseios, em um objeto
controlado por minha vontade, o quando dizemos que o servimos, mas vivemos e
conduzimos a nossa vida como Ele não existisse.
Pr.
Jonas Silva
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