
Ao
observar a igreja evangélica brasileira contemporânea percebemos uma avalanche
de novidades, tais como, batismo em toboágua, novas forma litúrgicas, músicas
que agregam as danças sensuais da Bahia, novas revelações, traduções de Bíblia
que são verdadeiros crimes contra a nossa língua.
Reconheço
que a igreja não é um organismo estático, e “démodé” , pois ela sempre estará em um contexto temporal que
requererá dela, muitas vezes, uma nova linguagem, novas bandeiras, e até mesmo
prover respostas para novas demandas e dilemas do homem do seu tempo.
Reconhecemos
que a Igreja do nosso tempo não estar interagindo com o homem da época da
Reforma Protestante, e muito menos com os da época dos pais da Igreja, contudo,
acreditar nisso não implica em desprezarmos as lições daqueles que nos
antecederam.
Acreditar
na necessidade de dinamização não significa reconhecer que toda mudança é boa,
conveniente e necessária, pois, temos que questionar qual a validade da
inovação e qual a sua implicação para a mensagem do Evangelho, ou mesmo, qual o
fator motivador: Ela emerge de uma necessidade existencial de comunicar o
Evangelho? Ou, é fruto do liberalismo ou relativismo vigente? A nova roupagem é
necessária? Ou, visa atender uma proposta de consumo?.
O
Evangelho é fruto da graça de Deus, visando trazer para o homem perdido a
restauração de propósito de vida conforme a vontade e plano de um Deus
soberano, desta forma, ele, o Evangelho, jamais poderá ser uma proposta de
entretenimento.
O
Evangelho como entretenimento é visão reducionista, que lideres ambiciosos
tentam implementar, esquecendo que o verdadeiro propósito da Igreja, não é
encher templos, mas sim, povoar os Céus, e nem sempre as duas grandezas são
diretamente proporcionais.
Não adianta termos pessoas divertidas,
satisfeitas em sua necessidade de sorrir, se em seu coração não houver a
verdadeira paz que emerge de um encontro genuíno com o verdadeiro Deus,
encontro este, que embora seja fruto da Graça não temos que torná-lo engraçado,
simplesmente para satisfazer a carne em detrimento das verdadeiras questões
existenciais do homem.
O evangelho como entretenimento vem
tornando as Igrejas em verdadeiros circos e casas de shows, a arte cristã em
objeto de consumo, a pregação em apresentações de humor, pastores em
verdadeiros “pop star”, abrindo mão do seu verdadeiro propósito e da
concretização da vontade de Deus na vida comunitária, em detrimento de
satisfazer a ambição e glória de homens que amam mais a si do que a Deus.
Infelizmente temos que admitir mesmos
correndo o risco de sermos chamados de antiquado, que saudade do tempo,
gloriosos tempos, dias de avivamento espiritual, onde circos eram transformados
em igrejas. Já que nesses dias, dias tão estranhos, igrejas vêm se transformando
em circos.
Pr. Jonas Silva
A graça está simplesmente virando jargão, seu verdadeiro sentido tem sido deturpado em número, gênero etc.