
Uma pergunta recorrente que sempre nos fazem
quando explicamos o sistema sacrificial do Antigo Testamento, é a respeito da
validade das diversas ofertas ali contidas para os dias atuais. Não é pouco comum ouvir de algumas
pessoas que aprenderam de algum Pastor que além do dizimo que os fieis deveriam entregar na Igreja, se faz obrigatório também, uma outra oferta com o
valor no mínimo igual ao dízimo, a título de oferta alçada, ou de primícias. Ou
seja, em matemática simples cerca de 20%( vinte por cento) do salário do
trabalhador deve ir para os cofres do ministério.
Acreditamos que não há nada de errado de um
cristão contribuir com a igreja com a quantia que achar conveniente, contudo, a
grande que questão que envolve o fato, é a manipulação dos textos bíblicos e ideia falaciosa que quem não atender a exigência está fora da visão e da benção
de Deus, ou até mesmo está sob maldição..
Sabemos que o assunto é controverso e que
estou passivo aos ataques de muitos lideres, já que quanto o assunto é oferta e
dízimo, a interpretação coerente da Bíblia dá licença à lógica: De quanto mais é
melhor.
O Paradigma sobre o ato de ofertar está em 2
Coríntios 9:7:"Cada um contribua segundo propôs no seu coração;
não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria."
Observemos que na passagem o Apóstolo Paulo orienta os membros da igreja, para
que dêem aquilo que têm proposto os seus corações. Vejamos que o mesmo não
recorre a nenhuma figura do sistema sacrificial ou de ofertas do Antigo
Testamento, para incitar à contribuição dos fiéis, especialmente por eles não
serem Judeus, e sim Gentios. Ou seja, os seus ouvintes não estavam sob a égide
da Lei Mosaica nos aspectos cerimoniais e ritualísticos.
Contudo, ainda na Nova Aliança permanece o
aspecto finalístico do sistema de ofertas, que é a manutenção da Obra do
Senhor, podemos concluir isto a partir de passagens como: 1 Coríntios 9:13-14 “Não sabeis
vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? E que os
que servem ao altar, participam do altar? Assim ordenou também o Senhor aos que
anunciam o evangelho, que vivam do evangelho. Logo, é patente que cada
cristão é responsável pela manutenção de sua comunidade de fé.
Outra finalidade das Ofertas era socorro aos
irmãos necessitados como podemos
depreender de: Atos 11:27-30: "...
29 E os discípulos determinaram mandar,
cada um conforme o que pudesse, socorro aos irmãos que habitavam na
Judéia. ..."
Até agora podemos concluir que segundo o Novo
Testamento devemos contribuir com a obra, no entanto o que respalda a nossa
oferta não é o valor, mas, a atitude de coração. Por isso defendo que alguém
que não é regenerado não oferta ao Senhor, ele pode entregar a quantia
monetária, mas ela só se torna oferta quando ele entrega o coração.
Na lógica eclesiástica capitalista a oferta
respalda o ofertante, mas, na lógica do Reino de Deus, é o inverso, a vida do
ofertante respalda a oferta, a Graça é sempre mais exigente que a Lei.
Quanto ao dízimo (10%) entendemos que ele é
um padrão de oferta anterior a Lei vejamos: O DÍZIMO DE ABRAÃO- Gênesis 14.18-20: Abraão deu o dízimo dos despojos da
guerra ao Rei Melquisedeque, sacerdote do Deus altíssimo,; e O
DÍZIMO DE JACÓ- Gênesis 28.20-22: Jacó fez um voto ao
Senhor, prometendo-lhe dar o dízimo de tudo quanto ganhasse se em sua jornada
fosse por Ele protegido e abençoado.
Durante a Lei foi instituído para manutenção
do Templo e sustento dos Sacerdotes, Números
18.21, 24, 26 e ajuda aos necessitados conforme fica claro em Deuteronômio
14.29 28 Ao fim de
três anos, tirarás todos os dízimos da tua novidade no mesmo ano e os
recolherás nas tuas portas.29 Então,
virá o levita (pois nem parte nem herança tem contigo), e o estrangeiro, e o
órfão, e a viúva, que estão
dentro das tuas portas, e comerão, e fartar-se-ão...,”. Observem que o
dizímo possuía a mesma finalidade da oferta estabelecida na nova aliança.
Logo, o dízimo é um padrão bíblico
estabelecido para a oferta de qualquer cristão, contudo, ressaltamos que ela
deve ser segundo a voluntariedade de cada um, conforme assevera o Novo
Testamento, não devendo ser um peso ou tristeza, ou mesmo medo, pois, como bem diz a Bíblia,
deve ser entregue com alegria.
Não devemos permitir em hipótese alguma que
ao ser interpretados textos bíblicos que tratam do tema, os mesmos sejam
sordidamente manipulados, visando intimidar psicologicamente, produzindo
pressão por meio do sentimento de culpa e medo, visando extorquir ofertas que
não brotam de um coração adorador, mas, que simplesmente enchem o bolso de
picaretas. Estes sim, os picaretas, a exemplo do que Jesus fez com os comerciantes no templo
de Jerusalém, precisam ser expulsos do seio da Igreja.
Pr. Jonas Silva

parabéns, Pastor por ter coragem de dizer a verdade de Deus!
o que importa é agrada-Lo e não a homens.