Ser
professor de teologia em um Seminário interdenominacional às vezes não é tarefa
fácil, principalmente quando nos deparamos com a pluralidade de posições e
pressupostos teológicos que emergem das diversas denominações representadas em
sala de aula.
É
perceptível que no cotidiano em sala de aula, que a simples adoção de uma
posição teológica causa uma barreira pedagógica em especial para aqueles alunos
que adotam posições antagônicas a do professor.
Contudo,
na disciplina de apologética, onde cada abordagem consignada nas literaturas,
naturalmente já estabelece uma apologética em favor do seu próprio método e
pressupostos, resolvi, mesmo a contra gosto, advogar uma metodologia, que é a
abordagem de Francis Schaefer, também conhecido como pressupocinalismo prático.
O qual tentarei explicar em linhas gerais, já que tenho como premissa que um “post”
nas formatações que uso, não deve ultrapassar duas folhas de A4.
A
abordagem tem como ponto de partida a idéia pressuposicional que há um Deus (Deus-Infinito-Pessoal)
que se revelou ao homem por meio das Escrituras Sagradas, de maneira tal, que
tal revelação dá sentido a realidade imposta.
A
abordagem Pressupocionalista de Van Til parte do mesmo ponto, contudo, assevera
que não há entre o Incrédulo e o regenerado nenhum terreno em comum, onde se possa estabelecer
uma conexão dialógica, ou seja, em linhas gerais, pressupostos antagônicos,
visões de mundo antagônicas, que inviabilizariam o dialogo.
Como
todo pressupocionalista, Schaeffer defende
que todo o homem é dotado de pressupostos que contribui para a sua visão de
mundo, contudo, diferentemente de Van Til, ele acredita que mesmo com a queda,
o fato do homem ser feito a imagem de Deus, permite ao incrédulo compartilhar
com o regenerado de valores absolutos morais e racional, ou mesmo, de dilemas existenciais,
perguntas como: Qual o sentido da existência? Quem sou?,De onde vim? Ou, para onde
vou?, são comuns a todos os homes, e tentam ser respondidos por todos os
sistemas filosóficos.

Ao
estabelecer este ponto de contato entre os crentes e incrédulos, defendendo
uma leitura racional da realidade,
Schaeffer se aproxima do método
evidencialista.
Embora haja a possibilidade de pontos em comum entre as diversas cosmovisões, o incrédulo julgará racionalmente a realidade a partir de pressupostos equivocados, longe da Revelação Divina, levando-o a conclusões ou perguntas equivocadas.

Para Schaeffer a possibilidade desta leitura racional das questões em comuns, serve como um ponto de contato para a abordagem apologética, já que é possível que o incrédulo conclua que há uma incoerência em sua forma de ver o mundo. Ao perceber esta incoerência, o mesmo abre um canal para a comunicação das verdades revelacionais.
Para
mim é impossível estabelecer uma apologética cristã que não tenha como
supedâneo a verdade revelacional, pois toda cosmovisão que requeira ser cristã
deve partir da ótica Bíblica, mesmo que o ponto de contato seja as questões
racionais (Morais, Metafísicas ou Epistemológicas), a leitura e a abordagem de
uma mente regenerada não tem como prescindir a Revelação.
Em
dias onde abundam em nossas livrarias evangélicas obras de evidencialistas
clássicos a exemplo de Norman Geisler e Lane Craig, vídeos do segundo, estão
aos montes na internet, talvez soe mal declarar, que mesmo que as provas racionais da existência de Deus
sejam uma realidade, e um ponto de contato entre crentes e incrédulos, jamais conduzirão
ao homem ao Deus Trino, se não houver a prova da incoerência deste deus criado
pela razão, e a substituição deste divindade equivocada pelo Deus que se
revelou nas Escrituras, que nada mais é que a idéia defendida por Francis
Schaeffer.
Pr. Jonas Silva

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