
Estava lendo a revista Veja desta
semana (Edição de 03/06/13), e observei que na seção Panorama- Holofote, a qual
veiculou uma nota sobre a indignação de alguns setores evangélicos com os
gastos públicos concernentes a vinda do Papa Francisco ao Brasil, que segundo a
revista chegam a 120 milhões de reais.
Como
cristão e líder religioso nunca compreendi bem a relação entre o Estado
Brasileiro e os diversos setores religiosos, em especial com a Igreja Católica,
já que o discurso de um país laico não corresponde com a prática adotada.
Um
Estado Laico, ou Secular, é aquele que não possui uma religião oficial,
mantendo-se neutro e imparcial no que se refere aos temas religiosos, contudo,
favorece, através de leis e ações, a boa convivência entre os credos e
religiões, coibindo o preconceito e a discriminação religiosa.
O Brasil, por força Constituição
Federal, é um país laico, garantindo a liberdade de culto religioso, declarando
a separação entre Estado e Igreja.
A ideia de um Estado laico não tem que redundar no fato que os diverso credos não devam participar da vida pública, as entidades religiosas são segmentos organizados da sociedade, logo, vozes ativas. A laicidade do Estado deve redundar sim, em Políticas Públicas que busquem a isenção e o equilíbrio nos pontos divergentes entre os credos, sem favorecimento de qualquer grupo em detrimento do outro.
Contudo, o grande problema é
pensar o sentido da garantia desta expressão religiosa, será que esta garantia
passa pelo gasto do erário público em favor de um determinado grupo religioso,
e se isso for a garantia, fica a questão: Qualquer outro grupo poderá requerer
o mesmo benefício?
Ainda
hoje no Brasil temos as figuras dos feriados católicos, fato este, como Protestante
que me causa bastante indignação, já que não tenho o que comemorar, pois os
Padroeiros da nação, dos estados e municípios, não fazem qualquer sentido para
mim, e para boa parte dos cidadãos deste país laico.
Não
quero um Estado que gaste dinheiro com cruzadas e eventos do meu credo
religioso, quero sim, um Estado que funcione, que gaste bem os meus impostos,
que promova educação, ofereça saúde de qualidade, segurança com eficiência e
eficácia.
No
Brasil dos espetáculos, em que viram política de Estado e de Governo, o
carnaval, a Copa das Confederações, a Copa do Mundo, e até mesmo a Cruzada
Mundial da Juventude, temo, contudo, mas não quero que a minha religião vire
mais um dos circos ofertados ao povo, um instrumento de alienação, que
acompanha o pão do engano e do sacio momentâneo.
Como
Evangélico não quero nada em troca do dinheiro público mal empregado e desvirtuado,
gasto na visita do Papa, quero um Estado que respeite todos os credos
igualitariamente, que promova políticas públicas de convivência e respeito
entre as diversas matizes religiosas, que dê mais pão e menos circo, mesmo que
este circo venha travestido de expressão religiosa.
Enfim
como diz o lema de governo petista: Brasil um país de todos, Contudo, gostaria
de lembrar que o Estado é um ente para todos. Por um Estado verdairamente laico,
já!!!!
Pr. Jonas Silva.

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