
Ultimamente um assunto recorrente entre
alguns dos meus companheiros da Escola Superior de Guerra, vem sendo o leilão
da virgindade da brasileira Catarina Migliorini. Segundo noticiado na internet
(http://g1.globo.com) o
referido certame comercial chegou ao fim:
“O leilão pela virgindade da brasileira
Catarina Migliorini terminou às 9h desta quarta-feira (24). O lance mais alto
foi no valor de US$ 780 mil, o equivalente a mais de R$ 1,5 milhão. Na manhã
desta quarta, a poucas horas do fim do leilão, seis pessoas disputavam a
virgindade da garota no site 'Virgins Wanted'. Os lances foram alternados entre
os seis: três americanos, um australiano, um indiano e um japonês. O japonês
foi o autor do lance mais alto.”
Sei
que muitos devem estar dizendo que realmente chegou o fim do mundo, contudo,
creio que antes do fim veremos ainda muitas coisas estarrecedoras.
Na verdade o fato me fez pensar um
pouco sobre uma das características de nossos dias, que a comercialização de
tudo. E Considerando que a prostituição é uma das profissões do mundo, entendo
que muito mais que a virgindade, a moça em questão estava negociando valores.
O que me faz indagar: Qual a
importância que determinados valores (retidão, pureza, honestidade, respeito às
autoridades, respeito, etc) têm hoje em nossa sociedade? E Qual a posição da
Igreja, frente ao vilipêndio de tais valores?
Talvez a resposta mais simplória seja
a do senso comum, que é atirar pedras, proferindo um discurso moralista. Mas, Jesus
sempre impõe uma reflexão, antes de apedrejarmos pessoas alheias, a de
respondermos sinceramente, no tribunal da nossa consciência, como anda a nossa vida.
No
mercado dos valores, quais foram os negociados pela Igreja? Quais foram os
princípios leiloados?
Valores
e princípios estes, negociados pelo preço do sucesso ministerial e pessoal. A
igreja desta era, onde tudo se negocia, prefere pregar uma mensagem também
comercial, em detrimento dos valores éticos estabelecidos na Palavra de Deus.
Em
nome do crescimento numérico, a mensagem da renúncia imposta pelo chamado ao
discipulado, tornou-se anacrônica e “démodé”, a igreja vem se tornando mais uma
proposta de sucesso para uma geração egoísta e consumista.
Nesta
lógica mercantilista, tudo vale, negocia-se a Palavra, atenuando os requisitos
de mudança e de transformação imposta à pessoa que se propõe seguir a Jesus,
tornando a mensagem satisfatória para a sociedade consumista na qual a Igreja
estar inserida.
Temo
que a jovem brasileira, não seja a única em nosso tempo, que vem negociando
valores, pois, acredito que muitos vêm leiloando a sua santidade, por preço
muito abaixo do conseguido no leilão da virgindade. Fica o despertamento para
não olharmos somente para o mundo como inquisidores, mas principalmente para o
papel da igreja frente a essa geração.
Faço
minhas as palavras de Cícero: “O tempora, o mores!” Ou seja, “Oh tempos,
oh costumes!”.
Pr.
Jonas Silva
