
Sempre me preocupei e tentei entender
o caráter libertador do Evangelho. Pois, percebo que a liberdade cristã é um
tema bastante incompreendido no seio da Igreja Evangélica.
Em linhas gerais, ser livre na
perspectiva cristã, consiste em não viver sob a égide de um sistema controlado
pelo pecado, onde o Reino das Trevas estabelece o seu trono. Tal sistema vai
manifestar uma cosmovisão lastreada em todos os seus “valores” e princípios,
tais como: imoralidade, desonestidade, corrupção, violência, deturpação ética,
perversão de valores, desigualdade social etc.
Ser livre enquanto cristão, implica em
uma mudança de valores, que reflete em todos os aspectos de nossa vida,
inclusive no exercício de cidadania.
Contudo, quando observo o envolvimento
de muitas lideranças evangélicas brasileiras nas campanhas eleitorais, fico
refletindo sobre que tipo de liberdade se tem sido pregada e vivenciada nas
igrejas.
Observo que se tem sido feito política
a partir das igrejas e dentro das mesmas na forma mais suja e barata possível,
muitos lideres defendem que os Evangélicos tem que mostrar a sua força votando
em candidatos que professem a sua fé, ou que vão beneficiar de alguma forma a
sua denominação ou igreja.
Neste
tipo de política, talvez o melhor termo seja politicagem, as lideranças
evangélicas deixam de lado a sua sagrada missão de ensinar ao rebanho acerca da
liberdade em Cristo, que implica na realidade de como ser um cidadão melhor,
como influencia em sua realidade social a partir do voto consciente e
responsável, e passam a ser negociadores dos votos do rebanho, que nada mais é
no contexto das eleições, um verdadeiro curral eleitoral.
Reclamos
do mensalão, da desonestidade na política, mas percebo que a igreja, que
poderia fazer a diferença, vota de forma cega e irrefletida, motivada por
argumentos falaciosos em candidatos sem nenhum compromisso com a sociedade.
Entendo
que lideres que compreendem o verdadeiro sentido da liberdade cristã, jamais
deveria conduzir o rebanho a votar neste ou naquele candidato, e sim, ensinar o
povo (rebanho) como votar e as implicações do seu voto.
Um
líder compromissado com Deus, não negocia o voto do rebanho que lhe foi
confiado pelo Senhor, objetivando auferir vantagens pessoais ou mesmo
ministeriais, pois o compromisso de qualquer cristão liberto pelo poder do
Evangelho, é com Deus e com a ética que ecoa da Revelação.
Ser
livre é quebrar as amarras de um sistema opressor de mentes e consciências, por
isso a Igreja tem que se portar, inclusive nas eleições, como um povo livre,
rejeitando qualquer manipulação e subterfúgio que a afasta desta condição.
Somos
um povo livre, por isso, não permitamos jamais que nos use como massa de
manobra, em favor de sentimentos egoístas lastreados em subterfúgios falaciosos
e mentirosos de líderes transvestidos de piedades, mas no fundo com sentimentos oriundos das trevas.
Pr. Jonas Silva

0 comentários:
Postar um comentário