
Já fazia algum tempo que não
comparecia às reuniões da Ordem de Pastores de minha denominação, em virtude
das aulas que estava tendo aos sábados.
Pós graduação concluída, neste último sábado
(14/07/12) pude comparecer à reunião em questão, como de costume, após o
momento devocional, tem início a seção administrativa, onde são lidas as
correspondências, as ata, os relatórios etc.
Contudo, nesta reunião em especial, chamou-me
atenção alguns pedidos de desligamento de pastores do convívio denominacional,
pedidos estes, motivados por diversos fatores, por não dizer desculpas: visão
de Deus, falta de oportunidade, discordâncias etc.
Não obstante as diversas desculpas
apresentadas, percebo que a essência parece ser a mesma, que é o egoísmo e a
quebra de valores consagrados, fruto do espírito da pós modernidade, que
permeia não só a sociedade, mas, também, a práxis cristã evangélica
contemporânea.
Existir como convenção em nossos dias
não é tarefa fácil, pois vemos que cada vez mais os ministérios e as igrejas com
uma forte tendência a serem independentes, é muito comum assistimos a quebra da
comunhão denominacional por qualquer fator de discordância.
Na contemporaneidade, onde impera o
jeito neo pentecostal de ser igreja, a idéia de uma identidade teológica e
eclesiológica perdeu a força, identidade esta, que era mantida pelas convenções
denominacionais. Fazer parte de uma denominação, implicava necessariamente em
ser identificado por uma série de qualidades ou até mesmo defeitos peculiares a
cada grupo.
O problema é que parece vivemos uma
verdadeira torre de babel dentro das denominações, onde muitos líderes querem
fazer o que lhe é mais conveniente, abrindo mão de toda tradição histórica, que
tornou a sua denominação identificável como tal.
Hoje temos de tudo, em termo de
denominações históricas, sem falar as neo pentecostais que nem vale à pena
comentar, vejamos alguns paradoxos:
· Assembleianos
que consagram mulheres ao ministério pastoral;
· Pastores
Batistas que se intitulam apóstolos;
· Presbiterianos
com práticas litúrgicas neo pentecostais;
· Batistas
tradicionais com práticas pentecostais, e, por aí vai
Tenho certeza que a nossa práxis
teológica e eclesiológica têm que ser repensadas todo dia, contudo, repensar
tal prática, não implica em abrir mão da identidade denominacional e se curvar
ao espírito da pós modernidade, onde tudo é permitido em nome de uma nova
revelação ou mover.
Ser convencional em nossos dias,
mantendo e zelando pela tradição histórica, traduzida na essência de nossa
práxis teológica e eclesiológica, é considerado démodé, pois na leitura dos
apóstolos de plantões e lideres neo pentecostais, manter um laço denominacional
que não se traduza simplesmente no nome em uma placa, é andar no sentido
contrário do “mover”.
Querido leitor eu sei que fazer uma defesa
da tradição e dos valores das denominações, parece soar antiquado e
ultrapassado, mas, prefiro ter aquela velha opinião formada sobre algumas
coisas, a ser uma metamorfose ambulante denominacional.
Pr. Jonas Silva

É Pr. Jonas, enquanto essa eufórica desordem denominacional que permeia a comunidade evangélica brasileira estivesse vinculada apenas aos líderes neo pentecostais e afins, estaríamos distantes da ameaça de uma débâcle da tradição e liturgia das pioneiras denominações cristãs do país. No entanto, como o Sr. mesmo observa e é feliz em suas colocações, não é isso que ocorre. Aliás, a realidade é bem diferente! Que Deus nos abençoe. Graça e paz