
Nestes
últimos dias venho assistindo com perplexidade cada “round” da batalha travada
entre o Bispo Edir Macedo e o Apóstolo Valdomiro, nesta luta de gigantes já
foram usados recursos naturais e sobrenaturais, até o Diabo foi convocado para
a briga.
O
vale tudo pastoral vem sendo um esporte cada vez mais praticado pela liderança
evangélica brasileira. Nestes últimos dias, assistimos um evento de MMA (Mixed Martial Arts, ou em português, artes marciais mistas) em minha
cidade (Recife). Sem citar nomes, no último final de semana tivemos a visita de
um desses pregadores televisivos casca grossa, o qual realizou uma grande
cruzada evangelística, um dos líderes denominacionais da cidade, se sentindo
incomodado com a concorrência, marcou cruzadas de sua igreja por toda a cidade
na mesma data e hora, na tentativa de evitar que seus liderados comparecessem a
cruzada do desafeto, ante o impasse, a luta foi travada com detalhes que nem
vale à pena contar.
As
recentes lutas pastorais, me fez lembrar que com a chegada do UFC no Brasil, um
verdadeiro debate foi travado entre os blogueiros, questões como: o vale tudo é
coisa de cristão? Um Evangélico pode lutar MMA? Entre outras, foram mote para
vários posicionamentos.
Observando
certa polarização do debate para as posições contra o MMA, nos calamos, mesmo
tendo sido atleta de Judô e Jiu Jitsu por muitos anos, convivendo assim, com a
galera do vale tudo da minha cidade, onde apesar da lutas e dos treinos puxados,
sempre observei um caráter de cordialidade e respeito entre os praticantes.
Cordialidade
e respeito este, que hoje venho observando que está faltando no meio pastoral,
pois os embates pelo poder, dinheiro e espaço na mídia vêm transformando “santos
homens de deus” em verdadeiros trogloditas.
Lembremos
que Jesus nos ensina no Sermão do Monte, que o assassino não é somente aquele
que comete o ato de homicídio, mas, também, o que tem desejos de ódio e rancor
contra o seu próximo, nesta perspectiva, concluímos que o Fight pastoral, na
verdade é uma luta de homicidas sanguinários transvestidos de líderes eclesiásticos.
Outra
coisa que aprendi na minha vida de judoca foi o respeito pelo local de luta
(dojô), respeito este que vejo que muitos líderes têm que aprender, pois os mesmos precisam compreender que em seus
ataques pessoais contra colegas de ministério, a Igreja, esta sim, é a principal
afetada, pois, o descrédito não recai só
sobre o acusado, mas resvala na instituição que como lideres, membros e
pastores temos o dever sagrado de defendê-la.
Não
estou dizendo que devemos ser condescendentes com heresias e desvios doutrinárias,
mas, sim, que não devemos ser levianos e irresponsáveis, levando a discussão
para um fórum, onde os espectadores não sabem distinguir entre a sua mão
direita e a esquerda, principalmente quando a motivação é sórdida em essência e
falta legitimidade para os acusadores.
Acho
que agora todo mundo vai te que concordar, o MMA é o esporte mais praticado
pela liderança evangélica brasileira.
Pr. Jonas Silva