
No
último post, “Capeta contratado como garoto propaganda da IURD”, recebi
alguns comentários agressivos, os quais me deixaram preocupado, não pela falta
de educação e muito menos pela sórdida covardia do anonimato, mas, principalmente, pelo engano que
permeia a cabeça de boa parte da cristandade brasileira, que vem fundamentando
a sua espiritualidade e cosmovisão em falácias.
“Na lógica e
na retórica, uma falácia é um argumento logicamente
inconsistente, sem fundamento, inválido ou falho na capacidade de provar
eficazmente o que alega. Argumentos que se destinam à persuasão podem
parecer convincentes para grande parte do público apesar de conterem falácias,
mas não deixam de ser falsos por causa disso.” (fonte Wikipédia)
Reconhecer as falácias é uma tarefa um tanto difícil. Os
argumentos falaciosos buscam uma validade emocional, íntima, psicológica, e até
mesmo espiritual, mas, carecem de validade lógica, que no caso específico da igreja
cristã de tradição reformada (Protestantes), seria uma fundamentação Bíblica.
Vejamos algumas falácias
que permeiam o senso comum da igreja brasileira contemporânea:
A quantidade
de membros de uma igreja e a sua capacidade de arrecadação é o parâmetro para medir
a da benção de Deus sobre determinado grupo: Quantidade não foi o foco do ministério de
Jesus, ele terminou praticamente o seu ministério com poucos discípulos (11)
(Atos 1:12-14), será que nos parâmetros modernos poderíamos dizer que o Cristo
teria tido sucesso ministerial?
O lideres de
grandes ministérios são infalíveis, pois com eles erram se tão abençoados por
Deus?: Lembre-se
que homens de Deus, pastores, apóstolos profetas, são todos homens, logo
falíveis e passiveis de erros, se você observar atentamente os grandes
personagens bíblicos, a Palavra de Deus nunca escondeu os seus erros, pecados e
precipitações.
Os Dons que produzem sinais e milagres em detrimento do caráter
respaldam o ministério: Os milagres e sinais devem ter o único compromisso com a glória de
Deus, pois homens são meros instrumentos. Jesus em Mateus 7:22-23 dá um alerta
aos milagreiros de plantões, que não buscam uma vida de santidade: “22 Muitos me dirão naquele Dia: Senhor,
Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome, não expulsamos
demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas?23 E, então, lhes direi abertamente:
Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade.” Eu acho que esses muitos apontados
por Cristo, na espiritualidade contemporânea seriam pastores de grande igrejas.
A “revelação por vir da parte de Deus” é mais importante
do que as Escrituras Sagradas, e por isso podem notear vidas e ministérios,
mesmo que confrotem princípios bíblicos: A Palavra de Deus
deve ser a fonte primária de todo conhecimento espiritual, sendo instrumento
para julgar profecias e revelações.
Pastores e lideres não precisam de preparo teológico: Em um
mundo onde tudo se especializa, onde a informação é um dos bens mais preciosos,
a Igreja vem abrindo mão do conhecimento especializado em seu campo de atuação:
que é a teologia e a interpretação bíblicia fundamentada em princípios
coerentes.
Os fins justificam os meios, não importa o que se faz e
como se faz (mentiras, sonegação, manipulação), o importante que a igreja
arrecade e o ministério cresça: Os Lideres na qualidade de
dispenseiros de Deus, devem buscar as suas estratégias na dependência do Senhor,
o qual nos ensina por meio da Bíblia que a o meio e a forma respalda o fim, e
nunca o inverso.
Querido leitor eu
sei que se fosse dar conta de todas as falácias tomadas como verdades pela
igreja contemporânea, este “post” não teria fim, contudo, sinta-se livre para
dar a sua contribuição nos comentários.
Pr. Jonas Silva