
Na
última aula da disciplina de apologética que ministro no Seminário Batista Nacional
(SETEBAN), seminário da Convenção Batista Nacional, convenção a qual faço
parte, O Seminarista Samuel fez uma observação bastante perspicaz e intrigante,
que é o fato, que outrora, os adversários apologéticos eram outros: mórmons, Testemunhas
de Jeová, Adventistas etc. Mas, hoje, temos que estudar apologética para estabelecer argumentos contra as heresias que fincaram base dentro da própria igreja
evangélica, e vem falaciosamente revestida de novo mover ou revelação e de interpretações
bíblicas espúrias e pouco ortodoxas.
Diante
de perspicácia do aluno, veio em minha mente o quadro da tentação de Jesus, relatado
nos Evangelhos (Mateus 4:1-11, Mc 1:12-13 e Luc 4:1-13), e como o Diabo estrutura
uma argumentação bíblica para desviar pessoas do bom caminho da verdade.
Inicialmente
ressalto que toda a argumentação que o Diabo usou no diálogo com Cristo durante a tentação, foi a
partir de algum texto bíblico, contudo, com aplicações e significados que o
texto não possuía e nem queria dar, ou seja, O evangelho pregado pelo Diabo é
um evangelho que buscará respaldo em textos bíblicos mal aplicados e geralmente
fora do contexto.
Por
parecer ecoar da bíblia, o evangelho do Diabo vai ter o poder de enganar muitas
pessoas bem intencionadas, contudo desprovidas de entendimento bíblico.
O Evangelho pregado pelo Diabo sempre tomará
como ponto de partida a necessidade humana, contudo, não a necessidade existencial
de ter um relacionamento com Deus, mas, sim, necessidades físicas e
transitórias. O primeiro argumento que o Diabo usou com Jesus foi o desafio de
transformar pedras em pães, o que parecia bastante razoável em relação a Cristo,
já que o mesmo estava a 40 (quarenta) dias em Jejum.
O
Evangelho do Diabo é aquele que promete o pão, o feijão, o carro novo a porta
de emprego, a empresa, fazendo uso de textos bíblicos desconectados do seu
contexto e da sua mensagem, contudo, sem revelar que a principal necessidade e fome do homem, não
são coisas transitórias. Jesus, por outro lado, mostra que o que sustenta existencialmente
as pessoas é que o procede da boca do Senhor e Criador.
O
Evangelho pregado pelo Inimigo de nossas almas estabelece para o homem uma
consciência de poder que ele mesmo não detém, é a mensagem que ressalta o fato
que o homem manda e Deus obedece. Jesus ao ser colocado no alto do templo
lembra que a nossa vontade tem que se submeter a vontade do Soberano Deus. Não
é o que eu quero mas o que ele quer, que pular do pináculo sem uma direção de
Deus é uma irresponsabilidade espiritual.
Nesta
perspectiva o Evangelho do Diabo é o Evangelho do desafio, que assevera: dê
tudo, pule do pináculo, faça loucuras em nome da fé, tente o Senhor, determine que Deus
obedece.
Por fim, o Evangelho pregado pelo Diabo é aquele
estabelece uma falsa adoração, ou seja, ele parte da perspectiva que Deus não é
o centro, mas aquilo que pensamos conquistar em nome de Deus. Jesus refuta
dizendo:“
que só o Senhor adorarás, e só a ele dará culto.”.
Fico imaginando que muitos
membros da Igreja Evangélica do Diabo tem conquistado reinos deste mundo, se
prostrando e adorando outros deuses, e ainda assim acreditam que estão sendo
abençoados por Deus.
O
Diabo como pregador do Evangelho da prosperidade, vem atraído multidões para ouvir a sua
mensagem, fundado grandes denominações, enganado pessoas, e estabelecido uma
adoração que não é direcionada ao único Deus. Infelizmente tenho que concordar
com o Seminarista Samuel, precisamos
fazer uma apologética dentro de nossas próprias igrejas, expulsando o Diabo dos
púlpitos com sua mensagem falsamente lastreada nas Escrituras que não conduz o homem ao Eterno Deus.
Pr.
Jonas Silva.
Meu caro Pr. Jonas:
Estamos seguindo seu blog e é um prazer contribuir de alguma forma.
Acerca do post, o pior é que esse "pregador da "des"prosperidade transforma pregadores do evangelho biblico e verdadeiramente apóstolico em hoimens mentirosos. que Deus nos Ajude a sermos fieis ministros do antigo evangelho.
Deus o abençoe!